segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Outra Entrevista com Ariellah


Traduzido livremente por Gabirela Miranda do site www.underthesunbellydancebazaar.com/under_the_sun_light




foto tirada por mim na Argetina, Buenos Aires.


Nome: Ariellah



Local: Bay Area/Oakland (perto de San Francisco), California, EUA



Como você se envolveu com a Dança do Ventre?

Eu cresci em uma família marroquina com muitas danças, festividades e rituais e estive perto da Dança do Ventre por toda a minha vida e percebi, no final da minha adolescência, que em algum momento eu gostaria de aprendê-la técnicamente. Então em torno dos meus 20 anos eu estava em um ponto em minha vida no qual eu tinha tempo de ter uma aula e daquele momento em diante, naquela primeira aula, foi amor à primeira vista... Eu senti a dança correndo em minhas veias.


Por que você ama dançar?

Eu acredito que pelos mesmos motivos pelos quais eu quis tentar fazer dança do ventre... Desde que eu nasci e desde quando eu consigo me lembrar sempre teve música, cantoria, palmas, dança e assobios em minha casa. Meu pai tem oito irmãos e irmãs, a maioria vivendo perto de nós e sempre estivemos juntos ou muito perto e sempre teve muita dança nisso tudo. Eu ainda me lembro do meu pai sempre aplaudindo e cantando para mim... E eu acho que isso me incutiu um amor por todas as coisas que envolvem música e dança. Eu estive imersa nisso desde que nasci. Eu também comecei meu treinamento em ballet clássico aos 3 anos, e permaneci até a minha adolescência, e retomei a dança aos meus 20, então, novamente, eu estava completamente imersa na cultura da dança. Eu me lembro que aos meus 18 anos o meu pai me levou ao meu primeiro clube noturno... Com certeza era um lugar meio nojento em Beverly Hills on Rodeo Drive, mas contudo, nós fomos e dançamso até cair! Eu sempre amei dançar, seja profissionalmente, ou em pistas de dança de clubes noturnos, ou em festas familiares... E, além de todas essas razões, eu simplesmente sinto a dança em meu coração. Eu anseio dançar o tanto quanto eu consiga. Isso acalma a minha alma.


Você ensina?

Sim, eu ensino dança do ventre aqui em minha casa e por todo o mundo.



Como a dança do ventre mudou sua vida?

Eu acredito que a dança do ventre me trouxe mais perto da minha ancestralidade e ainda me deu muito mais contentamento interior em tantos níveis diferentes e isso ainda me permitiu a honra de conhecer e me tornar amiga de algumas das mais incríveis mulheres que eu já conheci...


Onde podemos ver você se apresentar?

Você pode me ver apresentar por todo o mundo, desde em pequenos encontros como as haflas, até grandes produções teatrais, até galerias de arte e festivais em clubes noturnos... em todo o lugar!


O que inspira você?

A música é inteiramente a minha musa. Não há nenhum engano ou hesitação quanto a isso.

Que música faz você dançar?

Meu gosto é bem eclético... Mas eu acho que trilhas sonoras e um pouco de músicas pouco usadas, músicas melancólicas mexem comigo na maioria... músicas com um pouco de profundidade contida nelas.


Qual dica você sente ser a mais útil que você poderia dar a alguém?

Praticar e treinar consistentemente, mesmo se for apenas uma ou duas vezes por semana... Ficar mais forte, físicamente e mentalmente... E construir confiança em sua própria prática em dança e em seu coração.


Como alguém pode contatar você?

Eles podem em procurar em meu site www.ariellah.com e me mandar emails... E eu também estou no tribe.net, myspace e facebook.
 
*Não consegui achar no site a data da entrevista =/

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Rótulo - o código de barra das bailarinas?

O ser humano tem necessidade de classificar e ordenar as coisas por natureza. O cérebro processa melhor a informação quando esta já vem organizada e sistematizada. Sendo assim, é comum olharmos para alguém e atribuir uma característica específica para essa pessoa, adjetivos como: simpática/antipática, sincera/falsa, bonita/feia, etc. Contudo, repetidas vezes nos deparamos com rótulos que a sociedade inventou para generalizar o que é tão singular. Rótulos como “patricinhas”, “playboys”, “emos”, “manos”, “punks”, “funkeiras”, “góticos” e etc. E ainda aqueles ofensivos: “perdedor”, “mandona”, “bêbado”, “viciado”, etc. Mas até que ponto um modo de se vestir ou a ideologia de alguém define quem essa pessoa realmente é? Será possível em uma palavra sintetizar tudo o que esse ser humano pode nos mostrar e oferecer?

Cada pessoa é atravessada por milhões de opiniões, pensamentos, questões, vivências e experiências tão diversas que se torna impossível encaixá-lo em um padrão.

Dentro dos rótulos, esquecemos o que é real e o que é ilusório, ou seja, não sabemos mais o que o rótulo realmente representa nem o que representava inicialmente porque criamos características para ele de acordo com os nossos próprios conceitos e preconceitos. Preferimos rotular para saber o que esperar de determinada pessoas ou situação em que nos encontramos, mas essa falsa sensação de seguranças poderá e com certeza um dia irá, nos puxar o tapete. As pessoas não podem ser sistematizadas, medidas. É simples: você não é o que você veste, o que você come, o que você vê, o que você fala. Não, você também não é só o que você sente, nem o que você pensa. Você é um conjunto de tudo isso e mais um pouco, portanto rotulá-lo é tentar medir o imensurável. É limitar o ilimitado.

Há um tempo venho pensado sobre esse assunto meio controverso dentro da Fusão em Dança do Ventre... Recentemente temos visto surgir diversos "estilos" de Fusão e Tribal... Independente do estilo de cada um, o que não estou pondo em discussão aqui, gostaria de tentar entender por que as pessoas tem necessidade de se rotularem tanto. Aquela pessoa é aquilo, essa aqui é tal coisa... Aquela dança Tribal Cabaret Super Master Fusion, essa dança Tribal Dark Mega Gothic Fusion...

Eu acredito que a Dança, sendo uma forma de Arte, deve ser respeitada em sua essência... Sem precisar ser o tempo toda explicada, medida, qualificada, quantificada.

Eu sinceramente não sei que Estilo de fusão ou até de Tribal eu faço, até porque sou meio Raul Seixas sabe, metamorfose ambulante, e sinceramente, não me preocupo muito com isso... E eu estava discutindo isso com uma amiga, estávamos conversando sobre a volta das dancers famosas (Rachel Brice, Zoe Jakes e, pasmem, até a Asharah super Dark) ao Estilo Cabaret Tradicional, a Dança do Ventre mesmo. Eu então comentei que aí deixava de ser Tribal, que seria Dança do Ventre mesmo com as roupas diferentes, porque então dizer que faz Tribal? E essa amiga minha falou "Mas elas não dizem que dançam Tribal. Elas são dançarinas e ponto." Ou seja, elas não se rotulam.

Então porque dependemos tanto de classificações e medidas para nossa dança? Você é a mesma pessoa que era quando começou a dançar? Se o seu estilo se modificou, evoluiu, porque você deve se manter presa a um rótulo ou classificação inicial?

Eu acredito que, nós, bailarinas, não devemos defender um Estilo específico ou técnica o tempo todo, e sim, devemos nos importar em defender a dança como um todo. Praticar e ter aulas de qualquer estilo que possa nos acrescentar algo e ter em mente que a dança deve expressar o que sentimos e não refletir as nossas vaidades e pretensões. Devemos dançar para expressar, comunicar. Nos concentrar e conectar com as emoções mais profundas e verdadeiras que possamos sentir, para que o público reconheça a Arte no que estamos fazendo, e não apenas um corpo dançando.

Afinal, rotular é limitar.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Tradução de Entrevista com Ariellah

(traduzido livremente do blog Begginer's Guide To Bellydance: